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Ariadne, ajudas-me a navegar na Internet?


Se no século passado alguém sugerisse que podíamos estar todos ligados e aceder de forma imediata a informação arquivada no outro lado do mundo, julgaríamos que isso era impossível.


No entanto, desde sempre que os sábios sabem que existe uma espécie de rede invisível que liga tudo e todos.


Como um campo onde todos coexistimos em simultâneo.


Um campo onde as possibilidades são infinitas, pois ainda não foram manifestadas.


Alguém recebe uma inspiração e a "coisa" nasce. Ou alguém deteta um problema e procura uma solução e acaba por aceder a esse campo, criando algo novo.


Eu acredito que as “coisas” vêm desse campo de possibilidades, ao qual todos podemos ter acesso.


Por isso, uma das criações que acho mais fascinante é a internet, pois parece-me que é uma tentativa de “imitar” esse campo. Ela coloca-nos em contacto com tudo e com todos. Abre-nos para infinitas possibilidades e infinito conhecimento.


No entanto, levanta-nos um sério problema: perante tantos estímulos e tanta informação, como navegar sem nos perdermos?


Já todos sabemos a quantidade de problemas de saúde devido ao excesso de conexão à rede. No entanto, a maior parte de nós não temos sequer consciência de que estamos a consumir a nossa energia nesta rede tão sedutora. Muitas vezes não fazemos uma boa utilização da rede, pois não sabemos fazer escolhas e perdemo-nos no labirinto.


Falta-nos o fio de Ariadne.


Deixa-me contar-te uma história.


Havia na ilha de Creta um labirinto. Dentro do labirinto, estava guardado um monstro: metade homem, metade touro – o Minotauro.


Todos os anos eram sacrificados grupos de jovens para alimentar o Minotauro.


Até que surge Teseu. Decidido a matar o Minotauro, o jovem dirigiu-se ao Oráculo de Delfos, para saber se tinha hipótese de sair vitorioso do labirinto. O Oráculo respondeu que sim, mas que Teseu precisava da ajuda do amor.


Em Creta, a filha do rei apaixonou-se por Teseu. O seu nome era Ariadne.


Antes de Teseu entrar no labirinto, Ariadne entregou-lhe uma espada e um fio de lã.


Teseu entrou no labirinto, matou o Minotauro e encontrou o caminho de volta graças ao fio de Ariadne.


Este mito pode ser aplicado ao mundo moderno. Haverá maior labirinto atualmente do que a internet? Qual o perigo de depararmos com um Minotauro que nos pode facilmente destruir?


O interessante acerca deste monstro é que a parte de cima do seu corpo é animal. É diferente das Sereias ou dos Centauros, em que a parte de baixo é que remete para os seus instintos.


Sendo a cabeça a parte instintiva, irracional, o Minotauro é um excelente arquétipo de quem se deixa perder nos domínios da internet.


Quando mergulhamos na rede, perdemos a capacidade humana de fazer as escolhas certas.


Parece que somos conduzidos e constantemente seduzidos pelos nossos mais primitivos instintos. Seja a jogar jogos online, a navegar nas redes sociais ou a ver vídeos do youtube.


Onde podemos encontrar o fio de Ariadne para nos guiar?


Como disse o Oráculo de Delfos, o importante é o amor.


Imagina que Teseu e Ariadne são dois aspectos do mesmo ser. Teseu é o aspecto masculino, ativo. Aquele que está pronto para a luta e para a ação. Ariadne é o aspecto feminino, receptivo. O fio que a liga a Teseu é um fio de amor. É um fio de intenção, é um fio de compromisso (mais tarde, em diferentes variações do mito, Ariadne é abandonada por Teseu, o que nos diz que este compromisso é mais dela do que dele).


Podemos dizer que este núcleo composto por Teseu e Ariadne vence o Minotauro. Sozinho, Teseu não sairia vencedor.


Para cada ação (Teseu) é necessário um compromisso ou intenção (Ariadne). A ação isolada nada consegue.


E esta fórmula pode ser aplicada aos nossos labirintos do quotidiano, que na verdade são os que nos consomem.


Se pensares bem, que grande desafio tiveste que solucionar nos últimos tempos? E quantos pequenos desafios diários?


Horas perdidas à deriva no ecrã do telemóvel ou do computador. A sensação de vazio. Uma névoa na cabeça. Nenhum tempo para as coisas que realmente importam.


É nestes pequenos desvios que nos vamos perdendo.


Pois é aqui que se torna muito difícil lembrar que compromissos ou intenções trazemos no coração.


É urgente recuperar a nossa Ariadne e restabelecer o fio de compromisso.


Pela minha experiência, sempre que antes de me sentar ao computador coloco uma intenção específica, sinto-me muito mais produtiva.


Da mesma forma, quando caminho pelos “mundos invisíveis” vou sempre com um fio, com uma direção. O perigo de nos perdermos nesses planos subtis é ainda maior.





E, depois, não nos podemos esquecer da espada.


A espada que Ariadne entrega a Teseu é o meio pelo qual se vence o Minotauro. É a espada que produz a morte do monstro e, consequentemente, a libertação dos jovens sacrificados.


A espada tem o poder de separar e transformar. Separa duas partes, fazendo o equivalente à discriminação.


Discriminar é fazer escolhas. Escolher entre o certo e o errado. Escolher onde comprometer a nossa energia, a nossa ação.


A espada de Teseu "escolheu" pôr um fim ao Minotauro e à situação angustiante que se vivia na ilha de Creta.


A espada é também o poder de operar uma transformação efetiva, sendo a mais profunda dessas transformações a própria morte.


Nestes mitos e contos que povoam o Inconsciente Coletivo, a morte deve ser encarada do ponto de vista simbólico. Não precisamos de ter pena do Minotauro, porque o Minotauro funciona como símbolo de algo do qual nos temos de libertar. Escolher essa libertação é uma discriminação que visa elevar a nossa Consciência.


Quando chegamos ao Centro, algo tem de morrer.


Todas as etapas dos mitos e dos contos de fadas nos ajudam a tornarmo-nos mais conscientes. Saber como podemos sair de um labirinto numa história mitológica permite-nos perceber como podemos fazê-lo na nossa vida quotidiana.


A escolha certa fará com que os pequenos sacrifícios tenham fim.


Por isso, deixo-te a pergunta:


O que andas tu a sacrificar quando te permites andar errante no labirinto?


 

Viaja comigo nas histórias! 🍄✨🌷✨🐉✨👑



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