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Foto do escritorSusana de Sousa

A Roda do Ano

O Sol é luz, é calor, é Vida! Em Astrologia e no sistema de Human Design, o Sol representa aquilo que é mais importante em nós: a nossa Essência. É o fogo, a energia vital que nos aquece. Simbolicamente, é a Luz da Consciência.


A nossa relação com o astro-rei é cíclica e profunda, mas está a tornar-se cada vez menos orgânica. Os nossos antepassados viviam em função do movimento solar. Acordavam com o nascer do Sol e deitavam-se quando a luz decaía. Apreciavam a jornada do astro-rei pelo firmamento e rendiam-se a esse movimento.


O seu ciclo diário é tão simples que o deixamos escapar entre os dedos. Muitas vezes ignoramos o momento mais impulsionador desse ciclo: a alvorada, o nascimento do Sol por entre cores violáceas e alaranjadas. Quando está no auge, se calhar nem nos lembramos que o Sol brilha intensamente sobre as nossas cabeças, devorando as nossas sombras. E, muitas vezes, perdemos o momento mágico do crepúsculo, quando o Sol se prepara para dormir e o manto da noite o substitui com o seu cortejo de estrelas.


Os povos primitivos antropomorfizaram o Sol: tornou-se um deus que cavalgava numa carruagem durante o dia e que mergulhava no Submundo durante a noite. Esta era uma forma simples de explicar o movimento solar, de lhe dar um sentido.


Sabia-se que a noite não seria eterna. Que o astro luminoso regressaria em cada manhã.


Não nos podemos esquecer que, nas mentes dos nossos ancestrais, era o Sol que girava à volta da Terra, e não o contrário. O Sol era a força externa e ativa que percorria a passiva Terra, e toda a vida dependia dele.


Com a invenção da luz eléctrica, deixámos de estar dependentes do movimento solar. Num mundo que se foi tornando cada vez mais exigente em termos de produtividade, optámos coletivamente por nos movimentarmos de acordo com um ritmo não natural.


A Roda do Ano


Além do ciclo diário, sabemos que o Sol tem um ciclo anual, no qual parece que se aproxima e afasta da Terra, como se tocasse uma sinfonia com os seus raios.


O ciclo anual do Sol fala-nos de luz e de escuridão, de calor e de frio, de extroversão e de recolhimento, de vida e de morte. É uma dança entre a Luz e as Trevas, que não acontece somente no mundo natural, mas também dentro de cada um de nós.


Quando estamos a vivenciar em pleno cada um dos extremos, Luz ou Escuridão, celebramos um Solstício ("Sol que se move"). Verão e Inverno são o expoente das energias extremas. Cada indivíduo tem o seu modo específico de se adaptar a estas estações intensas.


Nas alturas do ano em que as energias se equilibram, e nenhuma vence, temos os Equinócios ("igual à noite"). Outono e Primavera são estações mais amenas e delicadas, em que os extremos se harmonizam e nos começamos a adaptar ao extremo oposto.



A visão da Astrologia


Segundo a Astrologia, o Sol e os restantes planetas deslocam-se ao longo de uma faixa celeste imaginária, designada por Zodíaco (literalmente, o "disco da vida"). Essa faixa circular é dividida de acordo com as qualidades dos 4 elementos (fogo, terra, ar e água) e de 3 modalidades (cardeal, fixo, mutável).


Destas divisões elementares, resulta uma divisão em 12 signos (não corresponde às constelações, é uma faixa simbólica). Cada signo é composto por um elemento e uma modalidade.


Sempre que um signo tem uma modalidade cardeal, temos um Solstício ou Equinócio, e consequentemente, o início de uma nova estação.


A modalidade cardeal gera um impulso focado para dar início a algo. Aquilo que brota desta energia iniciadora irá depois ser mantido com a persistência da modalidade fixa e concluído com a energia dispersa e volúvel da modalidade mutável.


O ano astrológico começa quando o Sol ingressa no signo de Carneiro, que é regido pelo elemento fogo. É o início da Primavera no Hemisfério Norte e do Outono no Hemisfério Sul.


Quando o Sol ingressa em Caranguejo, signo regido pelo elemento água, dá-se o início do Verão no Hemisfério Norte e do Inverno no Hemisfério Sul.


Ao ingressar em Balança, signo regido pelo elemento ar, o Sol dá início ao Outono no Hemisfério Norte e à Primavera no Hemisfério Sul.


Finalmente, ao ingressar em Capricórnio, signo de elemento terra, o Sol dá início ao Inverno no Hemisfério Norte e ao Verão no Hemisfério Sul.


Há ainda uma dança cósmica que acontece entre a energia ativa, masculina, e a energia receptiva, feminina. Um signo masculino dá lugar a um signo feminino e vice-versa.


Assim, olhando para os signos de modalidade cardeal, temos o fogoso Carneiro a irromper para a Vida com uma energia masculina; segue-se o gentil Caranguejo com as suas águas femininas; depois, Balança, como as suas interconexões marcadas pela energia masculina; e por último, Capricórnio, com a sua energia terrena feminina.


À medida que o Sol se desloca por este signos, também nós vamos sendo tocados por estas energias, e podemos sintonizar-nos com elas para despertar a nossa força vital.


A meio caminho entre cada signo de modalidade cardeal, há um momento em que a energia permanece fixa, na sua expressão máxima. Aquilo que foi iniciado no desabrochar da estação, agora é mantido e celebrado.


Os nossos antepassados celebravam nestes momentos o ciclo de vida do gado, essencial para a manutenção da Vida. Embora continuemos no Ciclo do Sol, estes períodos intermédios contêm uma semente lunar. O gado, sobretudo o bovino, sempre esteve associado à Lua, sendo um dos principais símbolos da Deusa.



É assim que, pouco depois da Primavera começar a ganhar raízes, se celebrava o Beltane. Honrando a presença do Sol no signo de Touro, este era um festival sensual, uma ode à abundância e aos prazeres da Vida.


Pouco tempo após a chegada do Verão, era a altura das colheitas, onde se armazenava o alimento, quer para o humanos, quer para o gado. O Sol no signo de Leão, com o seu elemento fogo, irradiava Luz no festival Lammas (Lughnasadh).


Depois do Outono começar a largar a sua folhagem, ocorria o Samhain, onde o gado era sacrificado, para que fosse possível sobreviver ao Inverno. Com o Sol no misterioso signo de Escorpião, os véus entre mundos diluíam-se, e era possível atravessar de um lado ao Outro. Iniciava-se o processo de recolhimento.


Finalmente, um pouco depois do Sol encolher no Inverno gélido, já se começavam a celebrar os primeiros nascimentos, que antecediam a Primavera. Celebrava-se o Imbolc, onde o Sol no signo de Aquário trazia a promessa de novas interações



A visão do Human Design


Segundo o Human Design, ao longo do ano o Sol vai percorrendo as 64 portas da mandala, um círculo simbólico, alinhado com a faixa zodiacal. Ao percorrer cada porta, o Sol ativa energias específicas que reconhecemos de forma cíclica.


Estas 64 portas correspondem aos 64 hexagramas do I-Ching, e têm uma correlação com os nossos centros energéticos, com os nossos órgãos biológicos e com o nosso ADN. Ao serem ativadas pelos movimentos dos astros, podem afectar-nos em maior ou menor grau consoante as nossas ativações individuais e o nosso nível de consciência.


Sempre que há Solstícios e Equinócios, o Sol ativa a Cruz do Cálice do Amor, no Centro do Ser, um dos nove centros energéticos do Ser Humano. A Cruz do Cálice do Amor é composta pelas portas 25, 15, 46 e 10. Cada uma destas portas se encontra no final de um signo mutável e no início de um signo cardeal.


No Hemisfério Norte, a porta 25, em Carneiro, abre a Primavera. A porta 15, em Caranguejo, abre o Verão. A porta 46, em Balança, abre o Outono. E a porta 10, em Capricórnio, abre o Inverno. No Hemisfério Sul, é sempre a estação oposta.


A meio caminho entre cada uma destas portas, o Sol ativa a Cruz da Esfinge, que juntamente com a Cruz do Cálice do Amor, tem as suas 4 portas no Centro do Ser. Estas duas cruzes são fundamentais para o nosso movimento, amor, direção e identidade, e contêm as fechaduras para os ciclos cósmicos.


A Cruz da Esfinge divide a mandala em Quartos:


Quarto da Iniciação - Porta 13

Quarto da Civilização - Porta 2

Quarto da Dualidade - Porta 7

Quarto da Mutação - Porta 1


Estes Quartos, abertos pelas quatro portas da Cruz da Esfinge, são fechados pelas quatro portas da Cruz dos 4 Caminhos (portas 24, 33, 44 e 19).


Quando o Sol ativa a Cruz dos 4 Caminhos, ocorrem as celebrações intermédias da Roda do Ano.


Nestas celebrações lunares, o Sol já não se encontra no Centro do Ser. É como se entregasse as chaves dos 4 caminhos à deusa lunar. Hécate, a deusa-feiticeira, senhora das encruzilhadas, pode ser invocada nesses momentos, pois é na sua profundidade que residem as chaves da nossa Direção.


Nota: o Sol permanece cerca de seis dias em cada porta. Algumas portas correspondem a mais do que um signo astrológico. Cada uma das portas da Cruz do Cálice do Amor ainda faz parte do signo anterior.


Celebrar o ciclo da Vida


Celebrar estes momentos cíclicos ajuda-nos a estarmos sintonizados com o fluxo da vida. Para os nossos antepassados, era vital manter esta conexão com o Cosmos através dos ciclos dos dois luminares: Sol e Lua.


Esta é uma das formas mais eficazes de equilibrar as energias masculina e feminina, para que nos tornemos inteiros e possamos viver em Harmonia.


Mas para além do ciclo natural da Roda do Ano, existe um ciclo solar que é específico para cada um de nós: o Retorno Solar.


Este ciclo acontece sempre que o Sol retorna à porta que está ativada pelo nosso Sol natal. Por outras palavras: este é o ciclo do nosso aniversário.


Sempre que iniciamos um novo ciclo solar recebemos um conjunto de ativações, que podemos ler num mapa de Retorno Solar. Assim, todos os anos temos uma nova história para explorar, com os seus desafios e as suas conquistas. Uma história que, quando bem vivida, ativa o nosso princípio solar, que nada mais é do que a nossa Essência.


Por isso recomendo que, depois de uma Análise Individual, explores o teu Retorno Solar perto da data do teu aniversário.


Sabe mais aqui:



* a Mandala e o Rave Bodygraph são marca registada da Jovian Archive






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